Casa Matriz BH

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Mais informações sobre o Matriz:

O Matriz Casa Cultural em BH certamente é um local marcante de Belo Horizonte. Durante toda a sua história a casa abrigou diversos shows, festivais e festas que ficaram na memória dos mineiros da capital. Muita gente passou por lá e sabe que não é apenas um bar.

Mas você, fã do Matriz, sabe a história por trás da casa? Conhece os motivos que levaram os donos a inaugurarem esse espaço mais do que democrático? Com certeza muitas pessoas conhecem o Matriz como é hoje, mas pouca gente conhece como a casa realmente se ergueu. Confira a história completa a seguir.

O início de tudo

Ficar localizada no Terminal Turístico JK – conjunto arquitetônico idealizado por nada mais nada menos que o grande Oscar Niemeyer – a Casa Cultural Matriz foi inaugurada no ano 2000. Essa inauguração foi a criação do ponto de encontro da cultura alternativa, underground, independente e urbana na cidade de Belo Horizonte.

Esse caldeirão de culturas misturadas em um prédio de 1952 só podia dar errado não é? Engana-se quem pensa assim. A pluralidade foi justamente o que fez do Matriz um espaço artístico expressivo e de extrema importância para a cidade de Belo Horizonte.

Essa pluralidade foi baseada e é mantida a partir de festivais, músicas, mostras de cinema, exposições, peça de teatro, espetáculos de dança, performances e lançamentos de livros. Todos esses movimentos juntos construíram o Matriz como conhecemos hoje.

Os idealizadores

Edmundo Correa e Andrea Diniz são os donos desse local incrível de encontros e descobertas que é o Matriz. Preferem ficar longe dos holofotes e não gostam de se gabar dos seus feitos por aí. Os dois preferem trabalhar nos bastidores fazendo tudo girar, longe das fotos e entrevistas.

Há 18 anos gerindo o Matriz Casa Cultural, a dupla conseguiu formar um ponto de encontro entre diferentes linguagens artísticas. A ideia de abrir o espaço veio do primeiro espaço cultural aberto por Edmundo, o Calabouço, localizado também em Belo Horizonte.

A história por trás do Matriz

A vontade surgiu lá pelos anos 80 quando rolavam as Feiras de Cultura Popular no Calabouço. A partir daí, Edmundo teve a ideia de abrir um espaço para realizar reuniões políticas, que reunissem debates, exposições, oficinas e apresentações musicais.

Com o fim do Calabouço em 1996, Edmundo conheceu Andrea em um outro bar que gerenciaram juntos. Após 5 anos, os dois resolveram se arriscar e abrir o Matriz. Eles venderam tudo que tinham, Andrea largou o emprego e investiram o dinheiro na idealização do Matriz.

Escolheram juntar nesse novo projeto as duas versões dos bares anteriores, o Calabouço e o Butecário. Então iniciaram com uma programação ampla e começaram a trabalhar com produtores de diversos estilos musicais. A partir de então, o Matriz se tornou referencia para a cultura alternativa da cidade de Belo Horizonte.

Desde então a casa abrigou centenas de shows de rock nacionais e mais de 80 internacionais. O repertório também conta com apresentações de samba, MPB, música eletrônica, peças de teatro, sarais e exposições. A abertura do espaço para novas bandas também sempre foi uma iniciativa do local.

Hoje, 19 anos após a inauguração o Matriz Casa Cultural não consegue se manter apenas dos shows. O que fez com que a casa tivesse que abrir seu espaço para novos tipos de festa, fazendo com que o local expandisse sua influência cultural ainda mais.

Edmundo e Andrea se sentem satisfeitos porque agora o Matriz é um local que abriga diversas minorias, como o público LGBTQI, mulheres e negros. Os dois mantém a casa principalmente por ser um espaço de resistência e militância, independente dos resultados financeiros.

Espaço para Experiências e Bandas Alternativas

Pode-se perguntar hoje, pelo menos para bandas que atuaram entre 2000 e 2010, ou até um pouco depois, que banda hoje que atua no cenário do rock n’ roll em BH não teve a oportunidade de tocar no Matriz.

O Matriz foi realmente o local onde abriu as portas para vários músicos, revelou grandes artistas, trouxe grandes bandas.

Talvez para muitos, o que as pessoas hoje são no cenário musical, seja em BH ou em qualquer lugar, mas que tenha passado pelo Matriz, devem ser gratos pelo espaço.

Me lembro dos momentos que vi amigos meus tocando lá, onde possui um espaço e uma ótima infraestrutura, que atende, e desde então foram chamados para tocar em outros eventos, mas tudo se iniciou lá.

Alí não só foi o espaço para músicos, mas também para inspirar pessoas a serem futuros músicos.

POLÊMICA: O Matriz Casa Cultural Poderia ser Melhor para o Cenário do Rock?

Não venho aqui desmerecer o local, que atende perfeitamente qualquer músico que passe por lá.

Tem palco, tem equipamento, tem bar, banheiros, e espaço para curtir os eventos, comporta bem uma quantidade de pessoas, tem camarim para os músicos, os músicos são comissionados por venda de ingressos, fica em um ótimo ponto de Belo Horizonte, ou seja, o problema nunca foi localização, e também nunca foi infraestrutura.

Mas, vemos casas de shows que hoje bombam, que começaram depois do Matriz, e hoje movimentam uma quantidade grande de pessoas que vão para prestigiar os shows e eventos.

O Matriz BH movimentava bem quando trazia bandas de fora, ou quando acontecia eventos específicos, como o lançamento do CD de alguma banda, ou um mega festival. 

A questão é que:

o Matriz sempre foi um espaço para oportunidades. Desta forma, a casa não tem um promoter que fica por conta de semanalmente criar um evento com atrações, mas a ideia da casa sempre foi oferecer um espaço para mostrar seu talento.

O espaço está lá para você, e certamente a política nas outras casas são bem diferentes.  Por isso, ela cumpre bem o seu papel, e certamente é um papel importante no cenário. 

Talvez ela poderia ser como Jack Rock Bar, Lord Pub BH, Stonehenge BH, mas aí ela fugiria do seu real propósito, que não é nem focada no rock ou em bandas, mas focada na cultura, no talento e na arte de forma diversificada. Mas ainda sim, ela tem sido bem importante para bandas que precisam de um espaço e uma oportunidade.

Por fim, podemos ver que o propósito da casa não é financeiro, mas realmente promover a cultura, a arte.

E você? Conte-nos suas experiências no Matriz Casa Cultural BH!

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Sobre o Autor

Lucas Gomes

Criador da iniciativa Rock in BH, que tem como objetivo: trazer conteúdo sobre bandas, música, rock, conhecer bandas do nosso cenário e divulgar seus trabalhos. Desenvolvedor Front-End, e jogador de futebol americano. Casado (e muito bem casado) com a Nathalia Martins.

1 comentário

  1. Avatar
    Edson Luiz Pereira em

    É com mto prazer e alegria que acompanho esta dupla Edmundo e Andréia desde os tempos do Calabouço , são verdadeiros guerreiros da arte e da cultura.

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